11 de fevereiro de 2017

A Guerra de África Não Estava Perdida



Foi lançado, este ano, o novo livro de Brandão Ferreira e Humberto Nuno de Oliveira, ambos colaboradores de O DIABO, com prefácio de Jaime Nogueira Pinto, que lança a questão: “Estava a Guerra de África perdida?” Uma análise do conflito complementada com entrevistas a dezenas de personalidades. O debate está lançado e a conclusão não agrada aos abrilistas que entregaram o Império.

O lançamento teve lugar no Salão Nobre da Sociedade História da Independência de Portugal, no Largo de São Domingos, em Lisboa e foi apresentado por Alexandre Lafayette, advogado e ex-combatente do Ultramar (Reportagem da apresentação)

35 Anos de Abril: "A guerra colonial transformou homens em farrapos humanos"



Com o fim do Estado Novo, inicia-se o processo de conclusão da Guerra Colonial. O JPN foi perceber como vivem hoje os ex-combatentes do Ultramar.

A 25 de Abril de 1974, militares do Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubam um regime ditatorial que se prolongara por quarenta e oito anos. Mas não foi só para Portugal que a “Revolução de Abril” trouxe mudanças.

Desde 1961, ano em que se registaram os primeiros movimentos independentistas face ao domínio português, as províncias ultramarinas de Portugal são palco de confrontos entre as guerrilhas e soldados. “Abril de 1974” marca o “início do fim” da Guerra Colonial e dá lugar aos processos de independência dos territórios africanos.

Algumas verdades sobre a traição em Angola



«Mas se algumas dúvidas ainda hoje subsistissem quanto às conclusões sobre os acontecimentos de Angola a que na altura cheguei, considerando os dois “jogadores” responsáveis pela violência naquela terra, basta relembrar Iko Carreira, ex-Alferes da Força Aérea Portuguesa e elementos de grande influência dentro do MPLA onde militou após a sua deserção, escreveu no seu livro de 1996, O Pensamento Estratégico de Agostinho Neto, afirmando na pág. 70: “Infelizmente, a luta de libertação do povo angolano era, quando Neto chegou a Leopoldville, um objecto da Guerra Fria. O MPLA e a FNLA tinham-se transformado, talvez mesmo sem o saber, em organizações cuja actividade era controlada por cada uma das outras grandes potências militares da época. Das quais também se tornaram dependentes do ponto de vista material, servindo a respectiva propaganda. A FNLA estava ligada aos norte-americanos, enquanto o MPLA estava ligado à União Soviética.”» (p. 182)

Marcello Caetano visto por Alfredo Pimenta



“O Governo não é forte. Só o é, enquanto V. Ex.ª estiver à frente dele. Faça V. Ex.ª a experiência. Afaste-se, e ponha na Presidência o Sr. Marcelo Caetano que, pelo visto, se sente com asas para voar. Ele voará, - mas nós vamos todos para o fundo. A estabilidade da chefatura do Estado não está garantida. Tudo o que se tem feito é artificial. Entende V. Ex.ª que Portugal encontrou «uma linha conveniente de pensamento e acção política assente em segura experiência». Ilusão que pode ser-nos fatal. O que é a experiência de vinte anos diante da experiência de oito séculos? Esta experiência de oito séculos obriga os governantes da estatura de V. Ex.ª a procurar a solução do nosso problema nas directrizes tradicionais da Nação.” (p. 267)