25 de abril de 2013

A parábola do camelo (Miguel Alexandre Ganhão)



O recado vai direto para Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira – troquem as folhas de Excel pela realidade das famílias e das empresas portuguesas e sigam os ensinamentos da parábola do camelo.

Um chefe beduíno morreu. Tinha um rebanho de 17 camelos e três filhos. No seu testamento deixou metade do rebanho ao filho mais velho, um terço ao filho do meio e um nono ao mais jovem. Os filhos ficaram em pânico. Era impossível realizar a vontade do pai sem ter de cortar um camelo ao meio. Aflitos, recorreram aos homens sábios da aldeia. Depois de muito pensarem, os sábios reconheceram que não tinham resposta para o problema que parecia insolúvel pelas leis da matemática, e aconselharam os filhos a falar com o negociante de camelos.

O homem sorriu perante a aflição dos herdeiros. Levantou-se vagarosamente e foi buscar um dos seus camelos, que acrescentou ao rebanho a distribuir. Eram agora 18. E o velho mercador começou a fazer a divisão; metade (9) para o filho mais velho. A terça parte (6) para o do meio. A nona parte (2) para o mais novo. Sobrou um camelo… o comerciante recebeu o seu animal de volta e disse: "Está resolvido e boa sorte!".

Às vezes basta ser pragmático em vez de dogmático para não ser camelo.

Correio da Manhã, 25 de Abril de 2013