Chimoio, Moçambique, 19 mai (Lusa) - Ivete Santos, 16 anos, passa numa rua de Manica, Moçambique, de uniforme escolar, na companhia de amigas, mochila às costas e um brilho no seu pulso esquerdo: seis argolas de preservativos femininos, que ela usa como pulseiras.
"Agora, tornou-se moda andar com estas pulseiras entre as meninas. Veja que no meu grupo (cinco raparigas) só ela não tem. O que me encanta é o brilho que isso tem quanto mais molhas no banho", diz Ivete à Lusa.
A moda de uso de argolas de preservativos femininos entre as raparigas, nas províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, tem vindo a preocupar as autoridades de saúde, justificando que a "onda das pulseiras" pode comprometer esforços na luta contra a propagação do HIV-SIDA.
Não raras vezes, nas ruas de Chimoio e da Beira, veem-se raparigas com seis a oito "pulseiras" no braço ou o dobro quando optam por usar nos dois pulsos. Cada preservativo feminino tem duas argolas, mas apenas a inferior é aproveitada como "pulseira".