17 de outubro de 2010

Moçambique – Raízes, Identidade, Unidade Nacional (Albino Magaia)


Familiares e amigos publicam obra do malogrado Albino Magaia

“Moçambique – Raízes, Identidade, Unidade Nacional” é o título da obra publicada ontem, pela editora Ndjira, com o patrocino da empresa de telefonia móvel, Moçambique Celular (MCel)

Maputo (Canalmoz) – Sete meses depois de um dos célebres escritores e jornalista moçambicano, Albino Magaia, encontrar a morte, familiares, amigos, admiradores, colegas de profissão e o público em geral, testemunharam, ontem, em Maputo, o lançamento da obra “Moçambique – Identidade, Unidade Nacional”, da autoria do malogrado.
A obra, cuja apresentação esteve ao cargo de Tomás Viera Mário, explora a questão da identidade dos moçambicanos ao abrigo de episódios decorridos no período anterior à Luta Armada de Libertação Nacional. Explora ainda questões inerentes aos “movimentos e primeiras manifestações de identidade e política nacionais, a influência árabe, portuguesa, inglesa e crioulas da costa de Moçambique na sua estrutura histórica e cultural”.
Magaia traz, em sua obra, uma discussão sobre “as questões da língua portuguesa versus nacionais”, como se refere na obra.
Referindo-se à mais valia da obra, bem como ao seu autor, Tomás Vieira Mário salientou que Magaia fora em vida “intelectual público, um homem de muitas causas claras, que se exprimiu através das suas publicações”. Disse ainda que o autor “foi uma pessoa que ensina aos outros pelo exemplo, prática, persuadindo as pessoas pelas suas acções”. Para Mário, tais factores carregam muita propriedade que se lê “Moçambique – Raízes, Identidade, Unidade Nacional” já que a mesma representa “o culminar de uma carreira de patriotismo de causas”, em que o autor ousa, como de praxe, colocar questionamentos “sobre a nossa identidade, numa preocupação que o perseguiu em toda a vida”.
O evento do lançamento foi intercalado por uma poesia e literatura com o recital de alguns textos da autoria de Magaia, como por exemplo, o “Nós descolonizamos o Land Rover”, lido pelo professor de literatura e escritor, Calane da Silva. Aliás, a respeito do texto, Calane da Silva afirmou que o mesmo “é intrinsecamente ligado à actual obra de Magaia, por conter muitos aspectos da identidade moçambicana e consciência política nacional”.
“Magaia libertou-se da morte com a sua escrita, para dar continuidade ao debate que começara a anos”, afirma Calane para quem a destreza de Magaia muito cedo se evidenciara pelo facto de sendo mais novo que ele, ter sido “mais impetuoso que muitos mais velhos do que ele na época. Albino mantém-se vivo porque eu sempre comunguei com a ideia da espiritualidade, de que ninguém morre, só morre o corpo”.
Entretanto, Lina Magaia, sua irmã mais nova, disse que a obra é “uma singela contribuição do cidadão Albino Fragoso Francisco Magaia para a reflexão sobre a nossa identidade”.

(Inocêncio Albino)

2010-10-14