2 de março de 2010

PM português chega hoje a Moçambique


PM português chega hoje a Moçambique

Relações Portugal-Moçambique no seu nível mais alto

- afirma embaixador português em Maputo

Maputo (Canalmoz) - As relações entre Portugal e Moçambique “estão no seu nível mais alto, diria eu, num bom momento”, opinou ontem o embaixador de Portugal em Maputo, Mário Godinho de Matos, falando a jornalistas na representação diplomática do seu País em Maputo. Na ocasião e respondendo a uma pergunta do Canalmoz e do Canal de Moçambique semanário, o mais alto representante diplomático de Lisboa em Maputo garantiu que Portugal foi totalmente ressarcido pela reversão de Cahora Bassa para o Estado Moçambicano e “a operação fez com que as relações entre os dois países melhorassem consideravelmente”.
O diplomata luso anunciou na ocasião que o primeiro-ministro português, que é simultaneamente secretário-geral do Partido Socialista, inicia hoje, cerca das 23h45 uma visita a Moçambique que deverá terminar na sexta-feira cerca das 12 horas depois de ter estado em Maputo, Tete e Songo onde vai conhecer a barragem de Cahora Bassa, empreendimento hidroeléctrico em que o Estado português ainda detém uma participação de 15 por cento.

A barragem de Cahora Bassa é a quarta maior de África, situada no Songo, província de Tete, e foi alvo de várias discordâncias entre os dois Estados até Outubro de 2006, altura em que José Sócrates e o Presidente da República moçambicano, Armando Gebuza assinaram um compromisso que compreendeu a venda da participação de 82 por cento que o Estado português detinha no consórcio ao Estado moçambicano por 740 milhões de euros, ficando apenas com 15 por cento do capital. Os restantes 85 por cento passaram a caber ao Estado moçambicano.
Em Cahora Bassa, José Sócrates deverá anunciar a participação portuguesa nos investimentos previstos para a barragem que passará pelo fundo de investimento luso-moçambicano que estará operacional pela altura da visita. O fundo deverá ter uma dotação de cerca de 90 milhões de euros, conforme anunciou há dois meses o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina visita a Maputo. O fundo, disse na altura Carlos Pina, citado pela Agência Lusa, servirá para "estreitar relações entre o sector privado empresarial português e moçambicano" e para "potenciar o investimento em áreas consideradas prioritárias, como as das energias renováveis".
Cahora Bassa é actualmente o maior produtor de electricidade em Moçambique, com capacidade superior a 2000 megawatts, que abastece Moçambique (perto de 250MW), África do Sul (1100MW) e Zimbabwe (400MW). O Governo moçambicano está a negociar o abastecimento do Malawi com energia eléctrica. E está também a ser negociada a construção da Central II da HCB, a norte da barragem.
Nesta visita a Moçambique, que será a primeira de José Sócrates ao estrangeiro depois das mais recentes eleições em que perdeu a maioria absoluta, o primeiro ministro português terá encontros com o Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, o primeiro ministro, Aires Ali, e com a presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo.
Sócrates vem acompanhado de cinco ministros e outros tantos secretários de Estado.

(Redacção)
2010-03-02