13 de outubro de 2009

EUA: Ex-condenado à morte vem a Portugal para três conferências

Ex-condenado à morte vem a Portugal para três conferências
O equatoriano Joaquín José Martínez esteve, durante quatro anos, no corredor da morte nos EUA, onde aguardou execução na cadeira eléctrica. Mas esse dia nunca chegou, já que conseguiu provar a sua inocência. Agora o ex-condenado visita Portugal para três conferências centradas na pena de morte em Lisboa, Porto e Coimbra nos dias 13, 14 e 15 de Outubro, respectivamente. Partindo da experiência de Martínez, a Secção Portuguesa da Amnistia Internacional (AI) organiza o ciclo de conferências "Pena de Morte – Testemunho de um Inocente", que vai passar por Lisboa (dia 13 às 18h no Anfiteatro 1 da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa), Porto (dia 14 às 17h no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade do Porto) e Coimbra (dia 15 às 15h no Anfiteatro 3.1 da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra) - todas de entrada livre. Na sequência do Dia Mundial Contra a Pena de Morte, assinalado no sábado passado, a AI dá assim continuidade à discussão de um tema pelo qual se tem batido. Além da organização humanitária, também Alexandrina Pereira e Rui Pinto de Almeida ajudaram a divulgar o caso de Martínez.
A condenação de Martínez
A 26 de Janeiro de 1996, quando Joaquín José Martínez regressava de casa da sua ex-mulher após uma visita às suas duas filhas, foi abordado pela polícia com um grande aparato de carros e helicópteros. Joaquín foi então preso sob a acusação da morte de um casal de jovens, assassinado três meses antes. Martínez foi considerado culpado e condenado à morte pelo assassinato de uma das vítimas e a prisão perpétua pela morte da outra, sendo acusado de assassinato premeditado e roubo em domicílio. O julgamento decorreu na Florida, em 1997. O caso de Joaquín José Martinez foi largamente divulgado em Espanha, onde os seus pais conseguiram mobilizar centenas de pessoas, meios de comunicação social e diplomatas, que tiveram uma influência decisiva no desenrolar do seu processo. O Parlamento Europeu, o Senado italiano, o Rei de Espanha e o Papa João Paulo II apoiaram também os apelos, para que a sua pena fosse comutada. No segundo julgamento, concluído a 5 de Junho de 2001, o júri absolveu por unanimidade Martínez depois de ter concluído que as provas contra ele eram insuficientes. Joaquín José Martínez tornou-se então no 21º prisioneiro, no Estado da Florida, e o 96º detido, nos EUA, a ser exonerado desde 1973 depois de ter estado no corredor da morte. Mais informações no site português da Amnistia Internacional ou na página pessoal de Joaquín José Martínez. Sapo, 13 de Outubro de 2009