26 de março de 2009

Cabo Verde - Ilha do Maio

Ilha do Maio Visite Maio pelo silêncio das suas belas praias desertas. Porque o turismo ainda é incipiente aqui, respira-se uma tranquilidade sem mácula. Na Vila do Maio e em Porto Cais pesca-se nos pequenos portos junto às praias, usufruindo da grande variedade de peixes. Tartarugas visitam a Baía de Santana no Verão. A ilha de Maio é uma planície com o aspecto de um deserto ressequido, interrompido, ocasionalmente, por florestas de acácias e, no Sul, por campos agrícolas e plantações de palmeiras. A topografia e o clima árido da ilha são idênticos aos das ilhas do Sal e da Boavista – faltando-lhe o desenvolvimento turístico da primeira e o exotismo das dunas com oásis da segunda. Tal como elas também, tem belíssimas praias de areia branca e água azul, mas impregnadas de uma paz incomparável que só os lugares isolados possuem. Está situada no extremo oriental do grupo de ilhas do Sotavento cabo-verdiano, a 25 km de distância da ilha de Santiago. A sua superfície é 269 km2, repartidos entre um comprimento máximo de 24 km, no sentido Norte/Sul, por uma largura de 16 km, no sentido Este/Oeste. A ilha de Maio é um velho vulcão que adormeceu há muitos milhares de anos e vem sendo lentamente erodido pelo vento. A sua particularidade reside no facto de o impulso titânico que empurrou a rocha vulcânica para a superfície ter arrastado consigo sedimentos marinhos com 190 milhões de anos, que ainda são perceptíveis – os cientistas suspeitam que a ilha de Maio seja a mais velha de Cabo Verde. O seu ponto mais elevado é o Monte Penoso que tem 436 metros de altura. Existem duas enormes salinas, com alguns quilómetros de extensão, a Sudoeste e Noroeste da ilha, respectivamente. Maio tem sido alvo de campanhas intensivas de reflorestação de acácias, tendo actualmente o maior perímetro florestal do arquipélago – 3.500 hectares de floresta plantada. Um pouco de história Há quem afirme que Maio é a ilha esquecida de Cabo Verde, a única que ainda não se encaixou no xadrez identitário e produtivo do arquipélago. Foi descoberta em 1460, mas o seu povoamento só começou no séc. XVI. Antes disso, foi usada para a criação de gado caprino. Entre os séc. XVI e XIX a principal – e quase exclusiva – ocupação produtiva da ilha foi a extracção de sal, levada a cabo por ingleses. A presença inglesa nesta ilha foi de tal modo avassaladora que até o forte da Vila do Maio – indispensável para suster as investidas constantes de piratas – foi mandado construir em 1588 pelo corsário inglês nobilitado, Sir Francis Drake. O sal extraído das salinas da ilha era enviado para Santiago que depois o exportava para a Europa, África e Brasil. Durante todo o séc. XVII, uma média de 80 navios anuais ingleses ancoravam na ilha de Maio, carregavam cerca de 200 toneladas de sal e partiam para a pesca do bacalhau noutras paragens. O séc. XX foi fustigado por períodos recorrentes de seca que motivaram fluxos de emigração massiva. Actualmente a ilha tem 4.000 habitantes, distribuídos entre a capital, Vila do Maio, e Calheta.